quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Lembranças
Mal Súbito ou Abdução ?



Depois de uma semana intensa de trabalho, Fernando sentia-se péssimo.
Ele estava cansado, quase sem dormir e principalmente com fome.
Na verdade nem se lembrava mais quando fora sua última refeição completa.
Tinha estado a base de café e sanduíches nos últimos dois dias, e agora só queria chegar em casa, comer e dormir.
Sim, dormir seria muito bom.

Quando fora mesmo a última vez que dormira mais que quatro horas seguidas, ele pensou,  mas isso outra vez ficaria para mais tarde.
Ele prometera para Paula e seus amigos que iria à festa na casa de Harry.
Sim, ele tinha que ir, todos o estavam esperando.
Por conta do extremo cansaço Fernando dirigia devagar, por isso nada aconteceu de pior quando o carro simplesmente parou. 

Fernando então procurou sua lanterna no porta luvas, desceu, abriu o capô e revisando tudo, não achou nada errado.
Foi quando viu a luz.
Era uma luz muito forte, vinda do alto, um helicóptero ele pensou.
Ele olhou para o alto e então sentiu uma tontura e caiu. Acordou na maca.
O que houve ele pensou ?
Em um impulso natural tentou levantar.
Não pode.
Algo o prendia.
Sentindo-se fraco adormeceu novamente.
Acordou com luzes que percorriam seu corpo e sentiu uma dor no pulso.
Não conseguia discernir bem, mas ouvia sons.
Ele perdeu a noção do tempo.
Há quanto tempo estaria ali?
Por que não falavam com ele?
Ele podia distinguir vários vultos ao seu redor, mas sua vista estava estranha, como que nublada o que não lhe permitia ver com clareza ou distinguir as imagens.

Dormiu e acordou por tantas vezes que já não conseguia mais saber quantas vezes fora.
Enfim, acordou novamente e percebeu que estava deitado na estrada em frente ao carro.
Agora sentia-se bem.
O cansaço e a fome haviam passado.
Sem entender bem o que havia acontecido com ele, fechou o capô do carro, entrou e tentou dar partida no motor o que para seu total espanto conseguiu imediatamente.

Era incrível, o carro funcionava como se nada houvesse acontecido de errado.
Pensativo dirigiu até o local da festa.
Não esperava encontrar mais ninguém, mas o que mais podia fazer, naquele momento.
Ele havia perdido a noção do tempo, o relógio do carro, estava com problemas fazia vários dias e ele sem tempo não havia arrumado e para piorar esquecera seu relógio de pulso em casa.
Pegou seu celular para ligar para Paula, mas estava sem bateria, assim nem as horas podia ver.
Dirigiu por no máximo vinte minutos e quando chegou, para seu espanto todos estavam lá.
Desconfiado ele perguntou para Paula se estava atrasado.
Ela sorrindo, meio sem entender o motivo da pergunta, respondeu que não.
Não sabendo bem o que dizer para Paula e também para que ela e os demais não se preocupassem com ele, nada falou sobre o ocorrido.
Tratou de aproveitar a festa.
A noite foi perfeita, boa conversa, boa comida e Paula estava linda, como sempre.
Ela estava muito alegre e ele adorava quando podia desfrutar assim, de sua companhia.
Era incrível, mas,  todo aquele cansaço havia sumido como em um passe de mágica.
Quando ele chegou em casa, começou a rever mentalmente tudo o que havia acontecido.
A lógica e os fatos o levaram a concluir que teve um mal súbito.
O desmaio certamente fora causado por  hipoglicemia e  o cansaço extremo depois o levou a um sono profundo.
As visões que tivera não passaram  de um sonho.
Só uma coisa ainda o intrigava muito.
Uma fina marca escura em seu pulso esquerdo em um formato retangular.
Ela não estava lá antes...








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